5/31/2008

Grameen Veolia Water


Definitivamente, Yunus é um gênio deste século! Recentemente, ele anunciou dois novos Social Businesses: Grameen Veolia Water e Grameen Green Children Eye Hospitals, que operará nos moldes do sistema desenvolvido pelo Aravind Eye Hospital, o qual além de termos visitado, dedicamos um post neste blog. Além disso, anunciou uma parceira com o Hospital Saudi-German Hospital Group (SGHG) da Arábia do Sul para criar um "trust" dedicado ao financiamento de hospitais no modelo de social business defendido por Yunus.
 
No entanto, focarei as atenções ao caso Grameen Veolia Water, pois tenho acesso mais facilmente a informações do projeto, uma vez que estou na França e, recentemente, tive contato direto com o responsável pelo projeto.

Para começar, Veolia Water, baseada em Paris, é a líder mundial de serviços de tratemento de água para governos e empresas. Grameen Healthcare, é a divisão de saúde do grupo Grameen dirigido por Yunus.

O Projeto – Grameen Veolia Water
Trata-se de uma joint-venture com a missão de fornecer água potável a comunidades isoladas do Bangladesh que não possuem acesso a fontes límpidas para consumo. O plano é desenvolver projetos em 5 comunidades até o final de 2012. Em cada projeto, a jv investirá na construção de uma usina de produção e distribuição de água potável e será responsável pela sua exploração.

O projeto consiste no tratamento de água de superfície conforme os padrões de qualidade exigidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A água potável sera encaminhada às comunidades por uma rede a ela dedicada e sua distribuição será realizada, à princípio, por fontes comunitárias. Segundo o chefe do projeto, ainda não está previsto a distribuição direta às casas das comunidades.

A água potável advinda do sistema será principalmente destinada aos usos alimentares da população. As estimações apontam que uma família com 6 pessoas (a média em Bangladesh) consome aproximadamente 30 litros por dia.

O preço estimado é de 1,5 Takas (1,5 centavos de Euros) por 10 litros de água potável seguindo o modelo de social business estipulado por Yunus.
 
O Primeiro Projeto – Comunidade de Goalmari
Goalmari conta com, aproximadamente, 25 mil habitantes distribuídos em duas zonas distintas proximas às margens do rio. Ela se situa à 100km da capital do país, Dhaka. A previsão é construir a primeira usina na comunidade até o final de 2008.

A usina projetada terá uma capacidade de 7 m3/h e deve funcionar 8 horas diárias para fornecer água potável à 20.000 famílias. A rede de distribuição contará com 6 reservatórios e fontes comunitárias. Como trata-se do projeto piloto, Gramee Veolia Water estima que as vendas do serviço apresentarão um crescimento progressivo: 40% dos habitantes consumirão a água produzida após seis meses; 80%, consumirão após 12 meses.

A duplicação da capacidade de produção da usina já está prevista, passando a 16 horas / dia. Além disso, sera construído a segunda parte da rede de distribuição para atender o restante da região de Goalmari.
 
O Futuro do Projeto
Outros 4 projetos serão realizados após a experiência em Goalmari. As instalações serão idênticas às do primeiro projeto. As hipóteses também serão mantidas. Em 2010, está prevista a segunda usina, a terceira e quarta em 2011, e a quinta em 2012.

Novamente, Yunus inova ao lançar uma segunda expêriencia de Social Business em parceria com um grande grupo francês. Ficamos no aguardo para as próximas iniciativas.

Neste post, faço apenas a descrição do projeto. Em um segundo post, mostrarei a estratégia por traz de tudo para Veolia Eau, mas no momento não tenho tempo.

Por Fernando Mistura
The 2.5 Sector Project
f.mistura@gmail.com

5/22/2008

Encontro International de Empreendedores Sociais na Africa do Sul, Junho 2008. Organizado pela Schwab Foundation

Africa Social Entrepreneurs’ Meeting 2008
June 3, Cape Town, South Africa

"Matching Resources to Sustainable Solutions in Africa"



The Schwab Foundation for Social Entrepreneurship has firmly established itself as the foremost platform for the interaction of leading social entrepreneurs and influential leaders of business, government and civil society by linking them to the global network of the World Economic Forum.

On 3 June this year, in anticipation of the World Economic Forum on Africa (4-6 June), the Schwab Foundation will be hosting a full interactive day meeting, styled on its successful Global Social Entrepreneurs Summit in Zurich.

This year’s meeting will mark the first gathering of social entrepreneurs with resource providers in Africa. providing a unique platform for social entrepreneurs and senior people of foundations, investment banks, private equity firms, corporations, media companies and academic institutions engaged in Africa to interact.

The theme of the Summit, Matching Resources With Sustainable Solutions In Africa, will review the ways “resource providers” engage and learn from the models and approaches of social entrepreneurs, and how social entrepreneurs make the most of the opportunity to advance their respective missions and models.

For more information, contact francois.bonnici@schwabfound.org

The event brochure: http://www.schwabfound.org/docs/web/Africa%20Social%20Entrepreneurs%20Meeting_Promotion.pdf
The programme: http://www.schwabfound.org/docs/web/PreliminaryProgramme_AfricaSEMeeting_2008.pdf

5/17/2008


Kiva - Empréstimos que mudam vidas!
San Francisco, EUA

Kiva representa a mais nova revolução do mundo da microfinança: sua democratização. Todos conhecem os impactos que os microempréstimos trazem às seus microtomadores e todos os avanços sociais que este modelo aporta à sociedade, mas poucos até então puderam participar deste movimento.

Quando falamos da indústria de microfinanças, estamos falando de mais de 1 bilhão de pessoas que não possuem acesso à serviços financeiros formais. As estimativas mostram que mundialmente menos de 20% do potencial é suprido pelas atores engajados no setor. Kiva vem para revolucionar o sistema de financiamento do modelo de microfinanças tradicional.

Os empreendedores sociais, Matt e Jessica Flannery, criaram Kiva em 2005 após uma viagem pelo continente africano que suscitou uma ambição: como posso participar desta transformação social? A resposta veio logo depois quando retornaram à Sao Francisco, EUA. O modelo encontrado era a democratização do mundo da microfinança através dos sistemas técnológicos atuais.

Kiva foi a primeira plataforma online de microempréstimos, permitindo ao grande publico financiar sem risco diversos empreendedores em mais de 42 países em desenvolvimento. Ao longo do tempo, os empreendedores pagam seus empréstimos e, então, o investidor têm a opção de recuperar sem ganhos seu investimento ou financiar um novo projeto.

Em apenas dois anos, USD 22 milhões de empréstimos à 33.000 empreendedores foram realizados. Seus objetivos são ambiciosos, chegar a 1 milhão de tomadores e mais de USD 100 milhões em financiamento até 2010. O sistema não é menos eficiente ou apresenta mais riscos que os modelos tradicionais: Kiva se beneficia de uma taxa de inadimplência inferior à 1%.

Um ponto importante do sucesso de seu modelo de “crowdsourcing” é sua estratégia de parceiras que via. Diversas parcerias tecnológicas e de marketing viabilizam um sistema transparente, seguro e a baixos custos.

A segurança é garantida pelo sistema PayPal que viabiliza a transfêrencia direta do empréstimo à Instituição de Microfinança (IMF) parceira, que sera responsável pelo repasse ao empreendedor escolhido pelo investidor internauta. Esse modelo também minimiza os custos de pequenas transações de diversos investidores, uma vez que essas operações não representam custos a Kiva em função do acordo de parceria.

As IMFs parceiras são encarregadas de avaliar a qualidade dos projetos e, então, enviam e atualizam o perfil dos projetos ao site. Assim, o internauta investe diretamente no empreendedor de sua escolha. Além disso, relatórios periódicos sobre o andamento do projeto são enviados ao investidor, permitindo a este se relacionar diretamente com o empreendedor. Para tornar-se parceira, as IMFs precisam atender aos padrões de qualidade exigidos por Kiva.

Outras parceiras com Yahoo, facebook, MySpace, etc, permitem uma grande abrangência na mídia internet, pois fazem publicidade gratuita de suas atividades em comunidades e ambientes de potenciais investidores. Com relação à alta tecnologia utilizada para viabilizar todas as operações, diversas parcerias froam estabelecidas com empresas como Microsoft, Dell, entre outras.

Apesar de seu modelo inovador, Kiva não cobra juros, contrariando o desenvolvimento de outros exemplos de IMFs tradicionais que conseguiram ganhos de escala em suas operações, como SKS Microfinance, Compartamos, Spandana, etc. No entanto, sua viabilidade financeira está na prestação de serviço e taxas de transação com as IMFs. Porém ao adotar uma estratégia não lucrativa, suas fontes de financiamento são mais limitadas, o que pode dificultar sua ambiação de crescimento do seu impacto.

Talvez, seja apenas uma estratégia conservadora de um primeiro estágio de maturiade do seu modelo de business. No entanto, outros já seguiram seu modelo de crowdsourcing adotando um modelo de negócio com finalidade lucrativa, como é o caso de MicroPlace, lançada este ano pelo Ebay para também competir com uma plataforma online onde o internauta pode adquerir um investimento de uma IMF emissora de securitizações de microfinança. 

Para maiores infromações sobre as diferenças entre Kiva e MicroPlace: site de Nextbillion, (http://www.nextbillion.net/blogs/2007/10/24/kiva-vs-microplace-whats-the-difference). 
Ou ainda, o site Microfiance Gateway (http://www.microfinancegateway.org/content/article/detail/48284)

Para começar a mudar vidas e/ou obter mais informações sobre Kiva, www.kiva.org

Por Fernando Mistura
The 2.5 Sector Project
f.mistura@gmail.com

O que é um Negócio Social?

Organização cuja missão é explícitamente de transformação social e que para isso adota estratégias de negócios geradoras de renda como principal veículo para atingir seu propósito social, impactando diretamente a vida de populações fragilizadas. Pode assumir um modelo com ou sem finalidade lucrativa, mas sua autonomia financeira é dada pela atividade-fim da empresa. Os principais campos de atuação são: alimentação, serviços financeiros, acesso à energia e água potável, desenvolvimento econônomico, saúde, etc.