Madurai, 28 de janeiro de 2008.
Pareceu-nos que as aulas começaram nas escolas, hoje. Era engano - na verdade, não tínhamos tido oportunidade de ver tantas crianças uniformizadas saindo junto das aulas, no final da tarde. O período é integral, e aqui existem escolas mistas ou escolas só para meninas. No horário de saída da aula, a pequena cidade de Madurai fica cheia de meninas uniformizadas (usam punjabi, uma outra roupa típica daqui), caminhando para suas casas. Elas têm duas trancinhas no cabelo, e fitas amarradas.
Talvez seja pelo tamanho da cidade, mas parece aqui mais fácil ver as coisas acontecendo. Muitas cabras, vacas e outros animais na rua, e até no centro da cidade consegue-se ver alguns homens tirando leite dos animais. Madurai é bastante conhecida pelos seus templos. Um deles, o maior, tem um quarteirão praticamente, lojas em seu interior, quatro entradas gigantescas... se perder não é muito difícil. Achamos estranho que um templo tivesse lojas em seu interior - será que é sempre assim?
O dia de hoje foi focado na experiência do Aravind Eye Hospital. O case, já descrito por Prahalad no livro A Riqueza na Base da Pirâmide, tem diversas inovações. Além de técnicas (assistentes oftalmológicas) treinadas por dois anos que têm um papel crucial na organização, o hospital trabalha ativamente com medicina preventiva, e pudemos conversar com médicos, funcionários e pacientes. Eles realizam cirurgias com custo muito reduzido, organizam dezenas de acampamentos por ano para diagnosticar casos, são um dos maiores centro de pesquisa oftalmológica do mundo, e estão focados na erradicação da cegueira desnecessária na Índia.
Uma cidade pequena na Índia nunca é tão pequena - com um bilhão de habitantes, imagine que teríamos que multiplicar a população do Brasil em praticamente cinco vezes para entender a quantidade de pessoas. Por incrível que pareça, não temos a sensação de ter tanta gente na rua assim (exceto Mumbai, com seu trânsito maluco).
Se tudo fosse multidão haveria um problema, já que homens e mulheres não devem se encostar. Homens e homens, para demonstrar amizade, andam de mãos dadas, se abraçam, são muito afetivos - é bem diferente de outros países. Já as mulheres, as que chamam mais atenção, para nós, são as de burca, creio. É muito estranho só ver o olho de alguém.
Os sarees escondem bastante a barriga das mulheres grávidas e realçam o movimento do corpo. E o mais incrível é que é só um tecido comprido. Ele é posto no corpo de uma maneira tal que fica super confortável. Agora, colocar um saree não é fácil. Você precisa aprender antes com uma indiana e treinar muito. Para Bangladesh, usaremos (as meninas) saree. Como o país é mais conservador, não queremos nos expor muito, e o saree, quem sabe, ajude neste ponto.
Estamos com saudades de todos (especialmente ontem estávamos saudosistas até demais). Adoramos os comentários e sugestões...! Obrigada pelo apoio!
2 comentários:
Olá!!
a equipe está de parabéns pela sensibilidade expressa nas palavras em todos os textos abaixo...estive agora por alguns momentos perecebendo os ratos nas ruas, vendo as meninas saírem das escola, comendo com as mãos e cheirando o curry, vislumbrando as cores das roupas e mercados, sentindo os mistérios da índia..... consegui entrar no texto....sendo assim sugiro além do vídeo um livro, que acham??um diário de bordo!!!
bem sou amiga da Nina, mas estou encantada com o trabalho d etoda a equipe!!
mando energias do Sul do Brasil!!
bjos
Manoela Py Sostruznik
Sou tia da Nina e muito orgulhosa de vê-la em um projeto tão interessante. Se a Nina é fofa, todos vocês devem ser já que "jacaré não anda sozinho"..... risos... Sucesso de monte pra vcs e um beijão da tia Ude!
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