2/04/2008


Delhi, 5 de fevereiro de 2008.


A passagem por Bangladesh foi intensa. Ficamos bem focados em conhecer a experiência da joint venture Grameen Danone Foods, em Bogra, a cinco horas de carro da capital Dhaka. A joint venture, que começou sua operação há um ano, desenvolveu um modelo de produção de um iogurte ingredientes locais, envolvimento das mulheres apoiadas pelo Grameen na distribuição, uma planta de fábrica sustentável, e um modelo que em alguns anos também será lucrativo - facilitando a expansão do produto e o combate a subnutrição no país.

Sem dúvida, um dos pontos altos foi a ida a um dos encontros do Grameen Bank com um grupo de mulheres apoiadas há um ano pelo banco, que nos contaram o que tinha mudado em suas vidas com o microcrédito. Para os que já leram o livro, recomendamos, sobre a experiência do banqueiro M. Yunus, talvez seja fácil imaginar como ficamos emocionados.

Bangladesh é bastante diferente da Índia. Para começar, não há mulheres nas ruas da cidade, ficam somente em casa ou nas áreas rurais. Para o microcrédito, no entanto, elas são a porta de entrada para o dinheiro na família, e na comunidade que visitamos era visível o quanto eram participativas e cruciais nas empreitadas produtivas. Mesmo assim, as mulheres da equipe do projeto se sentiram pouco à vontade nas ruas e, em alguns momentos, não ouvidas pelos homens.

Entre as mudanças citadas pelas mulheres estão a compra de cabras, a compra de suas casas, a continuidade dos filhos nas escolas (viabilizada pelo aumento da renda do investimento produtivo), entre outras. Ficamos impressionados com sua organização e empolgação com a nossa visita. Um ótimo jeito de finalizar nossas filmagens de campo nesta viagem, e perceber o potencial que as empresas sociais tem para a transformação que acreditamos ser possível no mundo.

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O que é um Negócio Social?

Organização cuja missão é explícitamente de transformação social e que para isso adota estratégias de negócios geradoras de renda como principal veículo para atingir seu propósito social, impactando diretamente a vida de populações fragilizadas. Pode assumir um modelo com ou sem finalidade lucrativa, mas sua autonomia financeira é dada pela atividade-fim da empresa. Os principais campos de atuação são: alimentação, serviços financeiros, acesso à energia e água potável, desenvolvimento econônomico, saúde, etc.